quarta-feira, 17 de março de 2010

Dr. Leonardo Coimbra


Leonardo Coimbra (Borba de Godim, Lixa, 30 de Dezembro de 1883 — Porto, 2 de Janeiro de 1936), o filósofo do criacionismo, que foi também professor e político, possui ao menos um texto datado da “Quinta de Balasar”. É o prefácio a uma edição portuguesa, saída em Lisboa, no Porto e no Rio de Janeiro, do importante livro de Platão intitulado Fédon; o pensador concluía assim o seu arrazoado:“Ler Platão é cantar, sorrir, vogar em Beleza! Que a nossa mocidade o leia, há-de sentir o peito alteado de orgulho, a fisionomia animada e forte, expressão dum íntimo movimento harmonioso e contente, que é o próprio bulício das asas da Alegria dentro do coração desperto.
Teorias de efebos, cantando o eterno triunfo da Aurora…Quinta de Balazar. O filósofo Leonardo Coimbra, que chegou a ensinar no antigo liceu poveiro, tem ao menos um texto datado de Balasar.A vinda de Leonardo Coimbra de Braga (onde atravessava um momento de grave dificuldade económica) para a Póvoa deveu-se a Santos Graça, que então lhe arranjou um lugar de professor no Liceu. É possível que a sua estada em Balasar também tenha a ver com este conhecido poveiro. Caso essa estada haja sido um pouco mais que ocasional, é de crer que venha assinalada pelo correspondente local de A Sentinela.O nome de Leonardo Coimbra ocorre nos registos do Liceu da Póvoa de Varzim a partir do ano lectivo de 1912.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Personalidades Locais da 1ª República




De nome completo Francisco Ferreira Sarmento de Moraes Pimentel, nasceu em São Tiago de Rande, paróquia e freguesia do concelho de Felgueiras, a 7 de Maio de 1895.
Havendo seguido a carreira militar, desempenhou uma acção preponderante no apoio à manutenção da democracia durante a Primeira República, pois teve participação activa, junto com seu irmão João Sarmento Pimentel, no comando da revolta militar que derrotou a Monarquia do Norte, em 1919. Tendo enveredado pela aviação, foi mais tarde um dos pioneiros da aviação transatlântica, notabilizando-se como autor e piloto da primeira travessia aérea entre Portugal e a Índia portuguesa. Feito realizado pelo mesmo então Tenente-Piloto Aviador Francisco Sarmento Pimentel, por meio de um pequeno avião adquirido a expensas próprias, um “Pus Moth-De Havilland DH 80”, a que deu o nome de “Marão”.
Acompanhado na navegação pelo seu amigo Capitão Moreira Cardoso, fez a ligação desde a Amadora até Diu e Goa, concluída no campo de Mormugão a 19 de Novembro de 1930. Esta viagem foi reconhecida internacionalmente como recordista de 11.800 km, ao tempo distância inédita atingida num só avião, sendo por isso Francisco Sarmento Pimentel agraciado com a Placa da Liga Internacional dos Aviadores. Porém, devido a seus ideais políticos, como oposicionista do regime de Salazar, essa façanha foi menosprezada pelo Estado Novo, apesar de Francisco Pimentel ainda ter sido condecorado com a Ordem de Avis e a Torre e Espada, mas ficando olvidada a pioneira ligação Portugal-Índia dos compêndios, derivado à censura vigente.
Resultante da situação oposicionista à ditadura, viu-se obrigado ao exílio, radicando-se no Brasil como exilado político, onde foi construindo situação social de destaque. Chegando a desempenhar lugar evidente na colónia portuguesa dos amigos da democracia, em São Paulo, ao lado também de seu irmão Capitão João Sarmento Pimentel, e aí acolheu como anfitrião o General Humberto Delgado no respectivo exílio. Após o 25 de Abril, reabilitado como Coronel-Piloto Aviador, foi condecorado com a Ordem da Liberdade. Veio a falecer, em São Paulo, Brasil, a 1 de Agosto de 1988.
Consta no Museu do Ar, na ala dos pioneiros, em Alverca, uma vitrina alusiva ao referido Raid da Amadora/Lisboa-Diu-Goa e ao heróico aviador Francisco Sarmento Pimentel. A sua biografia curricular tem destacado desenvolvimento no livro monográfico “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras”, de Armando Pinto, editado em 1997.